Em 15 de janeiro de 1931, publicado pela Sociedade Anônima Tipografia Luzzatti de Roma da Secretaria-Geral dos Fascios Italianos no Exterior iniciou suas publicações com o periódico quinzenal intitulado “Il Tamburino della giovinezza italiana all’estero” (O Tamburino da Juventude Italiana no Exterior). A revista constituiu um dos frutos mais maduros do ponto de viragem impresso na organização do Fascios no Exterior pelo novo secretário Piero Parini, nomeado por Mussolini em janeiro de1928 com a tarefa de tornar este corpo o principal instrumento de penetração fascista dentro das comunidades italianas, visando não só, como no passado, sobre as populações adultas, mas também sobre as gerações mais jovens, nesses mesmos anos, também na península, de uma crescente atenção por parte do regime, testemunhado entre outras coisas pelo estabelecimento, em 1926, da Ópera Nacional Balilla (O.N.B.). A partir de 1920 como uma organização do Partido Nacional Fascista (P.N.F.), e depois, em 1925, o Ministério das Relações Exteriores, os Fascios Italianos no Exterior foram o instrumento através do qual Mussolini visava alcançar o objetivo de “fascistizar os italianos emigrados e seus descendentes, para transformá-los em veículos de difusão de sua ideologia” (E. Gentile). Não é por acaso que, em novembro de 1922, pelas diretrizes gerais da política da P.N.F. em relação aos italianos emigrados, o próprio Mussolini não deixou de apontar a necessidade “imediata” para uma “campanha maciça, destinada a estimular o senso de italianidade em todas as massas emigradas e fortalecer os laços com a pátria mãe”. Nessa mesma ocasião, no entanto, Mussolini também enfatizou a oportunidade de criar, em uma data posterior, um “trabalho progressivo para aumentar a conscientização das novas gerações” e, ao mesmo tempo, envolver “algumas minorias mais receptivas de jovens emigrantes” no trabalho de “penetração cultural e espiritual da ideologia nos países de acolhimento” (R. Cantalupo). Como diretor do ‘Il Tamburino’ foi colocado um funcionário obscuro do partido, Carlo Bonciani, mais tarde substituído pelo jornalista Attilio Frescura em abril de 1935, e o tradutor de obras literárias e teatrais Liana Ferri, a partir de setembro do mesmo ano. O intuito é iluminar, nas várias fases (1931-1943) do ‘Il Tamburino, o papel desempenhado por este periódico de longa duração e ambicioso na disseminação da ideologia fascista, na promoção da identidade nacional e do amor à pátria entre as fileiras da juventude italiana do exterior. Caracterizado por grande número de ilustrações, desenhos e fotografias, uma linguagem gráfica moderna e cativante, capaz de atrair atenção e atender aos gostos de seus pequenos leitores, “Il Tamburino” apresentou, juntamente com uma seleção de romances em episódios, histórias, comédias, rimas infantis e histórias em quadrinhos para crianças e jovens. Também uma série de colunas fixas, às quais, sobretudo, como escreveu no editorial de abertura da primeira edição, Piero Parini, foi encarregado da delicada, porém fundamental, tarefa de “ajudar a pensar e a operar italianamente” a juventude italiana no exterior.
EMIGRAÇÃO, EDUCAÇÃO DA JUVENTUDE E PROPAGANDA FASCISTA: O CASO DE “O TAMBURINO DA JUVENTUDE ITALIANA NO EXTERIOR” (1931-1943)
ASCENZI, A.
2021-01-01
Abstract
Em 15 de janeiro de 1931, publicado pela Sociedade Anônima Tipografia Luzzatti de Roma da Secretaria-Geral dos Fascios Italianos no Exterior iniciou suas publicações com o periódico quinzenal intitulado “Il Tamburino della giovinezza italiana all’estero” (O Tamburino da Juventude Italiana no Exterior). A revista constituiu um dos frutos mais maduros do ponto de viragem impresso na organização do Fascios no Exterior pelo novo secretário Piero Parini, nomeado por Mussolini em janeiro de1928 com a tarefa de tornar este corpo o principal instrumento de penetração fascista dentro das comunidades italianas, visando não só, como no passado, sobre as populações adultas, mas também sobre as gerações mais jovens, nesses mesmos anos, também na península, de uma crescente atenção por parte do regime, testemunhado entre outras coisas pelo estabelecimento, em 1926, da Ópera Nacional Balilla (O.N.B.). A partir de 1920 como uma organização do Partido Nacional Fascista (P.N.F.), e depois, em 1925, o Ministério das Relações Exteriores, os Fascios Italianos no Exterior foram o instrumento através do qual Mussolini visava alcançar o objetivo de “fascistizar os italianos emigrados e seus descendentes, para transformá-los em veículos de difusão de sua ideologia” (E. Gentile). Não é por acaso que, em novembro de 1922, pelas diretrizes gerais da política da P.N.F. em relação aos italianos emigrados, o próprio Mussolini não deixou de apontar a necessidade “imediata” para uma “campanha maciça, destinada a estimular o senso de italianidade em todas as massas emigradas e fortalecer os laços com a pátria mãe”. Nessa mesma ocasião, no entanto, Mussolini também enfatizou a oportunidade de criar, em uma data posterior, um “trabalho progressivo para aumentar a conscientização das novas gerações” e, ao mesmo tempo, envolver “algumas minorias mais receptivas de jovens emigrantes” no trabalho de “penetração cultural e espiritual da ideologia nos países de acolhimento” (R. Cantalupo). Como diretor do ‘Il Tamburino’ foi colocado um funcionário obscuro do partido, Carlo Bonciani, mais tarde substituído pelo jornalista Attilio Frescura em abril de 1935, e o tradutor de obras literárias e teatrais Liana Ferri, a partir de setembro do mesmo ano. O intuito é iluminar, nas várias fases (1931-1943) do ‘Il Tamburino, o papel desempenhado por este periódico de longa duração e ambicioso na disseminação da ideologia fascista, na promoção da identidade nacional e do amor à pátria entre as fileiras da juventude italiana do exterior. Caracterizado por grande número de ilustrações, desenhos e fotografias, uma linguagem gráfica moderna e cativante, capaz de atrair atenção e atender aos gostos de seus pequenos leitores, “Il Tamburino” apresentou, juntamente com uma seleção de romances em episódios, histórias, comédias, rimas infantis e histórias em quadrinhos para crianças e jovens. Também uma série de colunas fixas, às quais, sobretudo, como escreveu no editorial de abertura da primeira edição, Piero Parini, foi encarregado da delicada, porém fundamental, tarefa de “ajudar a pensar e a operar italianamente” a juventude italiana no exterior.I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.